Notícias

Traga sua ENTIDADE para o COEP Pelotas

Nossa rede precisa crescer com sua ajuda, venha participar!

Leia mais

A Rede de Mobilização Social de Pelotas

Saiba mais sobre o COEP Pelotas/RS

Leia mais

Laboratório Betinho

Conheça o Laboratório Herbert de Souza – Tecnologia e Cidadania

Leia mais

Razão Social

Sua empresa sabe qual é...?

Leia mais

Radio COEP Pelotas

Nossa rede nas ondas da Radiocom FM e Via internet

Leia mais

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Vídeo de bolso: novas maneiras de ver o mundo



A comunicação e o acesso à informação são direitos adquiridos e estão diretamente ligados à liberdade de expressão. Um vídeo de bolso nada mais é do que um pequeno filme, realizado através de aparelhos portáteis e celulares, por pessoas comuns que querem retratar sua realidade, mostrar sua visão de mundo, ou simplesmente, fazer uma denúncia.
 
Imaginação, criatividade, expressão, comunicação, crítica. O que mais cabe num vídeo de bolso? De acordo com Marcelo Valle, fotógrafo e videodocumentarista do COEP, um vídeo pode ser um instrumento de participação social e de empoderamento das comunidades, uma maneira única de ver o mundo e de democratizar o acesso à informação. Nesta entrevista, ele fala o que é importante saber para dar forma a uma ideia na cabeça! 
 
 
Rede Mobilizadores - O que é um Vídeo de Bolso?
 
R.: Um “vídeo de bolso” é um filme produzido a partir de tecnologias acessíveis e portáteis, principalmente telefones celulares que têm câmeras acopladas e que, ao mesmo tempo, permitem gravar, editar e transmitir o material. Uma característica importante é a mobilidade dos aparelhos que possibilita que estejam sempre ao alcance de nossas mãos em qualquer situação. Geralmente, são vídeos curtos, de pouca duração. Outra característica interessante é a publicação e circulação desses vídeos na internet. Eles são feitos basicamente para estarem na rede, o que lhes permite um alcance ilimitado.
 
Rede Mobilizadores - Quais são os meios e as ferramentas que as pessoas comuns dispõem e que podem ser utilizados para realizar um vídeo caseiro?
 
R.: Hoje, muitas pessoas têm celulares que filmam ou, se não têm, provavelmente conhecem alguém que tem um.  No entanto, um filme de bolso não precisa ser feito necessariamente por um celular, existem também outras possibilidades como câmeras fotográficas que filmam, filmadoras simples, i-pads, laptops, tablets, entre outros. São editados de forma simples em um computador e, logo depois, podem ser disponibilizados na internet. Em resumo, podemos dizer que precisamos de um aparelho que filme e de um computador com acesso à internet se quisermos distribuir nosso vídeo de imediato. Mas, o mais importante mesmo é a imaginação!
 
Rede Mobilizadores - De que maneira o vídeo pode ser um instrumento de participação e inclusão social?
 
R.: Essa pergunta é mais complexa e está ligada ao nosso direito à comunicação. Um “vídeo” na verdade é um filme - uma das muitas possibilidades de se trabalhar a linguagem audiovisual que é parte de um processo de comunicação. Usamos essa linguagem para nos expressarmos de diferentes formas: podemos contar histórias com conteúdo político, social, cultural, artístico ou simplesmente de entretenimento. A comunicação e o acesso à informação são direitos humanos, ligados diretamente à liberdade de expressão. 
 
A inclusão social está ligada à comunicação na medida em que é possível ampliar e dar voz a todos de forma democrática, fugindo dos estereótipos e dos preconceitos. Podemos, de certa forma, nos autorrepresentar.
 
Rede Mobilizadores - Na maior parte das vezes os problemas cotidianos das comunidades situadas nas periferias são ignorados pela grande imprensa. O vídeo ajuda a romper com essa invisibilidade? De que forma?
 
R.: Ao nos apropriarmos dessa linguagem (audiovisual) passamos do papel de consumidores de filmes para o papel de produtores. Estamos de certa forma ampliando nossos direitos e rompendo a barreira criada pela grande mídia (televisão, cinema, jornais, rádio) que se colocam, muitas vezes, como porta-vozes e único caminho para uma suposta verdade. Através da produção de vídeos, estamos também usando as imagens e o som para comunicar, expressar, lançar ideias e visões de mundo, fazer denúncias, mostrar diferentes realidades, incentivar a participação social. 
 
Portanto, ao se empoderarem e se apossarem do direito de se comunicar, as comunidades passam a desmascarar o poder e a manipulação da informação promovida pelos detentores das mídias tradicionais e pelos poderes instituídos, que as desprezam ou ignoram. Não por acaso, pessoas de todas as idades, de todos os lugares do mundo, de todos os credos e classes sociais estão passando a usar imagens e sons para expressar suas ideias, mostrar diferentes realidades, compartilhar e divulgar maneiras únicas de ver o mundo. Isso é democratização.
 
Rede Mobilizadores - O que pode ser mostrado num vídeo de curta duração? Existe um formato adequado para o que se quer mostrar?
 
R.: Quase tudo pode ser mostrado num vídeo de curta duração, depende da forma como você vai abordar o assunto. É preciso ser mais sintético, ou seja, mais objetivo, pois é preciso passar sua mensagem de forma clara num espaço curto de tempo e isso demanda criatividade e imaginação. Não existem formatos, mas é preciso ter consciência do que se quer fazer e ir tomando intimidade com a linguagem, considerando a parte técnica e reconhecendo os limites impostos pela tecnologia. Nem tudo é possível, não adianta querer exigir muito dos aparelhos e fazer uma superprodução cinematográfica, temos que respeitar os limites impostos pela qualidade da imagem e do som, que geralmente são ruins.
 
Rede Mobilizadores - Qual a importância para as comunidades em situação de vulnerabilidade deste tipo de iniciativa?
 
R.: As comunidades podem lançar sua voz para o mundo, mostrar seus problemas, fazer denúncias, trocar informações. São inúmeras possibilidades, porém, o mais importante, é ampliar a capacidade de comunicação e alcance dessas comunidades. Outro fato interessante é que um vídeo pode ajudar a despertar o poder de mobilização das pessoas, pois, ao se verem, acabam se identificando com uma determinada causa. Podem também trocar informação e soluções!
 
Rede Mobilizadores - Que tipo de habilidades os cidadãos podem desenvolver aprendendo a fazer um vídeo?
 
R.: Imaginação, criatividade, expressão, comunicação, crítica. Aprendem também a fazer escolhas: editar as imagens é, de certa maneira, fazer escolhas.
 
 
------------------------------
Entrevista para o Eixo de Participação, Direitos e Cidadania.
Concedida à: Flávia Machado
Editada por: Eliane Araujo.

Postar um comentário

 
Back To Top