Terminou nesta
sexta-feira (30), no Rio de Janeiro, a Semana
Mundial do Comércio Justo e Solidário com a realização do Salão
Mundial do Comércio Justo e Solidário, na praia de Copacabana. O evento
contou com a presença de integrantes da Coordenação Nacional do FBES, de
empreendimentos de economia solidária iniciados no Sistema Nacional de
Comércio Justo, da vice-presidência do BNDES, integrantes da WFTO e
convidados das redes internacionais (Ripess-Lac e EMS).
Durante a semana, FBES
e Faces do Brasil apresentaram sua trajetória organizativa no Brasil,
dialogando e trocando experiências com membros de outros países que atuam com
comércio justo. Diferente de outras experiências pelo mundo, o comércio justo
no Brasil surge a partir da organização da economia solidária, como
estratégia de ação integrada e conjunta para a construção de um mundo justo,
solidário e sustentável.
O desenvolvimento do
comércio justo e solidário nasce e cresce pela necessidade do movimento de
economia solidária, para criar um novo mercado local, justo e solidário,
fundamental para a contrução de um desenvolvimento sustentável a favor da
vida, na luta contra o capitalismo. Além disso, a proposta brasileira segue
em normatização entre governo e sociedade civil para consolidar o Sistema
Nacional do Comércio Justo, buscando a coerência entre o processo e o produto
final dos empreendimentos de economia solidária, dentro de princípios e
critérios construídos juntos com o movimento nacional de economia solidária.
Desta forma, não é apenas o produto que precisa estar em conformidade, mas a
forma e organização produtora têm que cumprir os princípios do comércio justo
e da economia solidária tendo como prioridade atender ao mercado local.
No
coquetel de abertura, foi feito o pré-lançamento dos Catálogos de Comércio
Justo e Solidário produzido pelo IMS em parceria com a Senaes-MTE (Secretaria
Nacional de Economia Solidária – Ministério do Trabalho e Emprego) e com o
apoio da plataforma Faces do Brasil e do FBES (Fórum Brasileiro de Economia
Solidária). Ao todo serão 11 catálogos de empreendimentos de comércio justo e
solidário de 26 estados e do Distrito Federal e mais um catálogo nacional
reunindo todas as experiências. Os empreendimentos que estão nas peças foram
selecionados a partir do Projeto Nacional de Comercialização Solidária que
desenvolveu uma meta que estruturou o SCJS (Sistema Nacional de Comércio
Justo e Solidário). O coquetel servido por 20 “ecochef’s” foi produzido a
partir de insumos oriundos de pequenos produtores, tais como a pimenta rosa,
creme de pequi, castanha do Pará, café orgânico, queijo de cabra, tapioca,
etc. Todos produtos do circuito das Feiras Orgânicas da Associação de
Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (ABIO).
A
abertura oficial contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego,
Manoel Dias, do Secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer do
FBES (Fórum Brasileiro de Economia Solidário), da plataforma Faces do Brasil
e da WFTO (World Fair Trade Organization). Na solenidade da abertura, o
ministro assinou convênio de R$ 1,2 milhão com a entidade de economia solidária
“Xique Xique”, que vai beneficiar mais de três mil empreendimentos e cerca de
15 mil pessoas. Para Manoel Dias, a prática do comércio justo contribui para
a inserção dos pequenos produtores no mercado nacional e internacional. “No
Brasil, o comércio justo faz parte de um processo maior, que é consolidar a
economia solidária no país. Desde 2003, com a criação da Secretaria Nacional
de Economia Solidária, assumimos a tarefa de apoiar os empreendimentos que
praticam essa forma de comércio”, afirmou. O Secretário Nacional de Economia
Solidária, Paul Singer, avaliou que o comércio justo e a economia solidária
são irmãos gêmeos. “As vítimas do capitalismo, nos últimos anos, aprenderam
na economia solidária, uma forma de se unir e batalhar para voltar à
sociedade e superar a exclusão social a que foram submetidos”, avaliou.
Neneide, da
Coordenação Executiva do FBES, trouxe sua experiência na mesa de abertura no
BNDES “O comércio justo é construído por nós a partir de onde vivemos e
moramos, da nossa casa, do que produzimos e comemos. O governo tem que
aprender a respeitar o nosso tempo, temos que construir isso junto para que
seja permanente, garantindo o acesso a política pública e financiamento na
base, estamos nesta casa [BNDES] para isso”.
Na
oportunidade também foi assinado, por representante do prefeito Eduardo Paes,
um Decreto transformando o Rio de Janeiro na capital mundial do comércio
justo. Encerrando a solenidade de lançamento, foi realizado um desfile com
roupas produzidas por empreendimentos de comércio justo, do Brasil. Modelos
desfilaram usando peças feitas a partir da produção ética, justa e
sustentável e carregaram cartazes com frases de protesto que indicavam
melhores ações para um mundo melhor.
Entre
as atividades agregadas ao evento, aconteceram reuniões do Fórum Brasileiro
de Economia Solidária e Comissão Organizadora do II Fórum Social Mundial de
Economia Solidária, que acontecerá em Santa Maria/RS de 11 a 14 de Julho de
2013. Participaram representantes do Brasil e de vários países da América
Latina, envolvidos nesta importante construção, como Argentina, Uruguai e
Paraguai, com o objetivo de fechar os eixos de debate e a programação com um
todo.
Nos debates foi
destacado que a América Latina traz um caminho de aprendizagem para o
restante do mundo na construção e pressão social dos movimentos sociais, que
inova o conceito em grande parte ainda inadequado do comércio justo
internacional, calcado na relação norte-sul e na inserção em mercados convencionais
e em nichos de mercado atrelados a multinacionais, algumas vezes em caráter
assistencial e que não se contrapões as macroestruturas do capital. De forma
diferente, o Brasil traz a construção de sistemas participativos de
certificação e garantia, do comércio justo atrelado à economia solidária
buscando garantir a soberania alimentar das comunidades, com enfoque político
para incidência econômica, e não o contrário.
Espera-se que a
experiência brasileira possa seguir em construção junto ao movimento de
economia solidária e gerar aprendizados frente às experiências
internacionais, além de que as políticas públicas brasileira estejam a
serviço destas demandas sociais.
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Acesse a Declaração da Semana Mundial do Comércio Justo e
Solidário aqui(em língua espanhola): www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7560&Itemid=62
Com informações do site do FBES: www.fbes.org.br
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terça-feira, 4 de junho de 2013
Semana Mundial do Comércio Justo e Solidário
Posted by COEP Pelotas on 05:21 in | Comments : 0
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