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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

COEP Pelotas comemora 7 anos de atividade

Rede nacional foi fundada pelo sociólogo Betinho. Trabalhando a mobilização social na cidade, a rede visa o fim da fome e da miséria e o desenvolvimento da cidadania.

Há sete anos alguns conheceram a luta e o legado de Herbert de Souza, o Betinho: acabar com a fome e a miséria no Brasil. Betinho sabia que não havia a possibilidade de formação de uma sociedade justa enquanto existisse a miséria. Era claro para ele que desenvolvimento social e fome não poderiam coexistir. Mais do que isso, Betinho acreditava que a desigualdade social era um crime ético, o qual impedia os avanços do país. Sob os preceitos da participação cidadã e da mobilização social, ele funda o Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida, que mais tarde viria a originar a Rede COEP de Mobilização Social.

“A Rede atua no sentido de ensinar e sensibilizar as pessoas a serem verdadeiramente cidadãos, solidários, responsáveis socialmente” comenta Diná Bandeira, coordenadora da Rede na cidade, desde a sua fundação. “Nestes sete anos muitos entraram e saíram da rede, uns aprenderam a trabalhar em rede, outros nada entenderam, mas voltam sempre quando precisam, pois aprendemos a articular, integrar e buscar estratégias para a inclusão social”. Diná relembra, ainda: “O ano de 2013 foi um ano muito feliz, estamos em véspera de assinar um contrato para execução de um projeto, que vai mudar a vida de cerca 40 famílias de catadores e artesões da associação FRAGET, ajudamos a organizar a proposta e a equipe”. Dessa forma o COEP ajuda pessoas que são excluídas de direitos básicos a conquistar a sua cidadania, tonando-se atores sociais de fato. É o caso do projeto da associação FRAGET. Em vias de aprovação, ele irá auxiliar os trabalhadores da associação, que fazem a separação do resíduo sólido, popularmente chamado de lixo. Esse processo é de grande importância para a preservação do meio ambiente, pois é preciso separar o lixo para poder recicla-lo. A associação se organiza como uma cooperativa, ou seja, todos os ganhos são divididos igualmente e as decisões são tomadas em reuniões. Com geração de renda, empreendedorismo e sustentabilidade os trabalhadores da associação (além da reciclagem, há um grupo de artesãos) transformam suas próprias realidades. O COEP entra somente como um mobilizador, elaborando projetos e agregando pessoas. Assim amplia-se a Rede de pessoas mobilizadas, e consequentemente, os mobilizadores se multiplicam, pois as conexões criadas tendem a criar novas. A rede torna-se um estimulo à participação social.

O COEP também atua fortemente no sentido de discutir e atuar em prol da sustentabilidade. No ano de 2011 realizou um seminário que trouxe a discussão das catástrofes naturais. Naquele momento, percebeu-se a preocupação com o acirramento dos acidentes provocados pela natureza. Mais do que isso, percebeu-se que as populações mais afetadas eram as de menor renda, aqueles socialmente vulneráveis. Então articulou-se o 1º Seminário de Mudanças Climáticas e Pobreza na Região Sul, fazendo o questionamento "Estamos Preparados?". A grande participação da população da zona rural fez perceber a necessidade de uma atuação junto à essas comunidades, no sentido de ajudar na sua organização.

Participar ativamente do processo de construção da sua comunidade é dos maiores exemplos de exercício de cidadania. Nessas comunidades mais distantes (como a zona rural pelotense) o poder público-estatal muitas vezes (na maioria delas) não consegue agir, seja pela distância, seja pelo “esquecimento”. Quando isso acontece, é necessário que as populações se organizem e tomem para si o dever de gerir sua comunidade. É que passou a ser feito. Em conversas com a população começaram os esforços para criar um Núcleo Comunitário da Defesa Civil (NUDEC). Um NUDEC é um esforço para que a população se envolva na prevenção de acidentes e catástrofes. Tal esforço é válido, pois além da população conhecer melhor as regiões, estando mais apta a prevenir os danos, ela normalmente é a primeira a chegar aos locais atingidos, precisando, portanto, de treinamento para reagir e atender as possíveis vítimas.

Muitas reuniões e conversas foram feitas. Além delas, aulas teóricas sobre a história do voluntariado, da Cruz Vermelha e da Defesa Civil. Aulas práticas sobre prevenções de incêndio, primeiros socorros e utilização de extintores. “Levamos às comunidades rurais a discussão e sensibilização sobre mudanças climáticas e importância do envolvimento de agricultores familiares com os Núcleos Comunitários de Defesa Civil na Zona Rural – NUDEC. Acabamos assistindo recentemente os NUDEC Rurais oficializados pela Prefeitura. A comunidade saberá cobrar, pois foi capacitada pelo COEP para acompanhar este trabalho, que exige o envolvimento da comunidade” afirma Diná. Ela mesma deu algumas aulas com conceitos sobre mobilização social, participação e controle social.

Outra área de atuação é o controle social. O COEP atua no sentido de criar, implementar e fiscalizar políticas públicas. Sempre percebendo a importância de ampliar o debate, estando atuante nas instâncias deliberativas e consultivas do poder público, o COEP realizou seminário sobre democracia e transparência no controle social de políticas públicas além de trabalhar sempre junto dos conselhos municipais. “Realizamos o seminário. Foi um debate rico que se traduziu em estratégias para fortalecer a Lei do acesso à informação e o combate à corrupção. Além disso, propomos uma nova coordenação ao Conselho Municipal de Direitos da Mulher do Município de Pelotas. Fomos eleitas para o cargo e logo estabelecemos um plano de ação, um cronograma de eventos, sugerindo, ainda, ao poder executivo que alterasse da Lei de criação deste Conselho, visando atualizá-la”.

Para aumentar a Rede, muitas vezes é necessário ocupar espaços que possibilitem a propagação das ideias de forma mais rápida. Por isso, os integrantes da Rede produzem e mantém um programa semanal, na rádio comunitária RádioCom. Todas as quintas-feiras, no horário das 13h30min, entra no ar a Rede COEP de Mobilização Social. Sempre com tema da responsabilidade social, são levados ao microfone pessoas da cidade que atuam em causas sociais. São militantes, ativistas, voluntários, feministas, ambientalistas, organizações da periferia, associações de bairro, deficientes físicos, educadores, músicos, poetas e artistas que tem um espaço de expressão livre, disposto ao diálogo e a troca de ideias.

Dentro das reuniões da Rede e do Comitê, cultiva-se a cultura de que as ações do COEP não “ajudam” as pessoas. Sabe-se que aqueles que são atingidos e beneficiados pela Rede tem todas as condições de serem atores da própria realidade, só precisam saber disso: “O trabalho do COEP Pelotas é envolvente, nos dá energia e alegria, advindas do convívio com as pessoas simples, humildes, muitas vezes vulneráveis, que precisam só e somente só de informação, dos dons que temos para “passar”, ou seja, dos bens intangíveis que todos podem oferecer” Relata Diná.

Para o ano que virá, a ideia é dinamizar a rede, utilizando-se das ferramentas de comunicação disponíveis. Espera-se que mais pessoas conheçam o COEP e que venham a assumir a coordenação executiva: “Nestes sete anos não conseguimos realizar um rodizio na coordenação executiva, mas não podemos parar. Precisamos continuar coordenando e apoiando dezenas de projetos e propostas que promovem políticas públicas e estratégias para atender os objetivos do milênio, compromisso de todos nós até 2015. Agradecemos a todos os parceiros, instituições e pessoas que nos acompanham, e fazem da luta social, como nós, uma missão para a vida”.


Diná finaliza parafraseando Betinho: “Só a participação social será capaz de mudar o país”.

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